segunda-feira, 12 de junho de 2017

Lúcio Cardoso, "Tempo de espera"


Resta o silêncio imutável
e as aparições no tempo
em que o trem foge em busca louca
de passageiros que partiram.

Resta o frio do marmóreo e o imutável
silêncio do gelo imutável.

E quem ficou na longa espera,
e quem partiu na longa ruga,
ficou saudoso do tempo de espera
e saudoso do tempo de partida.

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